Resumo Introdução: O desvio do septal nasal pode ter uma ampla gama de manifestações, inclusive obstrução nasal, cefaleia, aumento da secreção, crostas, dano à mucosa e perda do paladar do olfato. O aumento excessivo da resistência respiratória, como visto no desvio do septal nasal, resulta em ventilação pulmonar reduzida, leva a hipóxia, hipercapnia e vasoconstrição pulmonar. As deformidades da cavidade nasal podem estar associadas a doenças importantes do aparelho respiratório e circulatório. Objetivo: Investigar os efeitos cardiovasculares da septoplastia, comparar os achados prée pós-operatórios da ecocardiografia transtorácica de pacientes com desvio do septal nasal submetidos à septoplastia. Método: O estudo prospectivo incluiu 35 pacientes com desvio do septal nasal moderado e grave (média de idade, 23,91 ± 7,01) submetidos à septoplastia. A versão em turco do questionário Nasal Obstruction Symptom Evaluation (NOSE) foi administrada a cada participante no pré e pós-operatório para avaliar suas opiniões sobre a gravidade do desvio do septal nasal, o efeito da obstrução nasal e a eficácia dos resultados cirúrgicos. Um exame abrangente da ecocardiografia transtorácica foi feito no pré-operatório e após três meses de pós-operatório em cada paciente e os resultados foram comparados entre os pacientes. Resultados: O escore médio do NOSE pré-operatório foi de 17,34 ± 1,62 e o escore pós-operatório médio foi de 2,62 ± 1,68 (p = 0,00). O valor médio da pressão sistólica arterial pulmonar pré-operatória foi de 22,34 ± 4,31 mmHg e o valor pós-operatório foi de 18,90 ± 3,77 mmHg (p = 0,00). A relação E/e’ média foi de 5,33 ± 1,00 no pré-operatório e 5,01 ± 0,90 no pós-operatório (p = 0,01). Os escores NOSE, os valores de pressão sistólica arterial pulmonar e as relações E/e’ diminuíram significativamente após a septoplastia (p <0,05 para todos), enquanto nenhuma diferença significativa foi encontrada para os outros parâmetros da ecocardiografia transtorácica (p > 0,05). Conclusão: A diminuição dos escores NOSE após a septoplastia indicou que os níveis de satisfação dos pacientes aumentaram. A obstrução das vias aéreas superiores secundária ao desvio do septal nasal pode ser um fator de risco cardiovascular e pode afetar as medidas da ecocardiografia transtorácica. Além disso, a diminuição significativa no valor de pressão sistólica arterial pulmonar e na relação E/e’ após a septoplastia indicou que os achados ecocardiográficos negativos podem ser evitados por essa cirurgia.

Abstract Introduction: Nasal septal deviation may contribute to a wide range of symptoms including nasal obstruction, headache, increased secretion, crusting, mucosal damage, and loss of taste and smell. Excessive increase in the respiratory resistance, as seen in nasal septal deviation, results in reduced lung ventilation, thereby potentially leading to hypoxia, hypercapnia, pulmonary vasoconstriction. The deformities in the nasal cavity can be associated with major respiratory and circulatory system diseases. Objective: To investigate cardiovascular effects of septoplasty by comparing pre- and postoperative transthoracic echocardiography findings in nasal septal deviation patients undergoing septoplasty. Methods: The prospective study included 35 patients with moderate and severe nasal septal deviation (mean age, 23.91 ± 7.01) who underwent septoplasty. The Turkish version of the nasal obstruction symptom evaluation, NOSE questionnaire, was administered to each participant both pre- and postoperatively in order to assess their views on the severity of nasal septal deviation, the effect of nasal obstruction, and the effectiveness of surgical outcomes. A comprehensive transthoracic echocardiography examination was performed both preoperatively and at three months postoperatively for each patient and the findings were compared among patients. Results: Mean preoperative NOSE score was 17.34 ± 1.62 and the mean postoperative score was 2.62 ± 1.68 (p = 0.00). Mean preoperative systolic pulmonary artery pressure value was 22.34 ± 4.31 mmHg and postoperative value was 18.90 ± 3.77 mmHg (p = 0.00). Mean E/e’ ratio was 5.33 ± 1.00 preoperatively and was 5.01 ± 0.90 postoperatively (p = 0.01). The NOSE scores, systolic pulmonary artery pressure values, and the E/e’ ratios decreased significantly after septoplasty (p <0.05 for all), whereas no significant difference was found in other transthoracic echocardiography parameters (p > 0.05). Conclusion: The decrease in NOSE scores following septoplasty indicated that the satisfaction levels of the patients were increased. Upper airway obstruction secondary to nasal septal deviation may be a cardiovascular risk factor and may affect transthoracic echocardiography measurements. Moreover, the significant decrease in the systolic pulmonary artery pressure value and E/e’s ratio following septoplasty indicated that negative echocardiographic findings may be prevented by this surgery.